A Câmara Federal aprovou esta semana o Projeto de Lei (PL) 5043/20, que propõe a inserção do teste do pezinho ampliado em toda a rede pública de saúde do Brasil.
O teste do pezinho ampliado consegue detectar até 53 doenças congênitas, superando o teste simples aplicado atualmente no Sistema Único de Saúde (SUS), que detecta apenas seis doenças congênitas.
Segundo Renzo Vasconcelos (Progressistas), deputado estadual do Espírito Santo que luta pela inserção do teste na rede pública de saúde capixaba, o exame ampliado já é realidade na rede pública de Brasília/DF e em redes privadas do Espírito Santo.
“Fico feliz em ver a Câmara Federal encabeçando essa pauta. O teste ampliado detecta 47 doenças a mais. Será um avanço enorme para a saúde brasileira. Eu estou nessa luta também. Já protocolei na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) uma indicação (78/2021) ao Governo do Estado solicitando com urgência a inserção do teste na nossa rede de saúde”, explicou.
Renzo reforçou ainda que, com a ampliação do número de detecções pelo exame de sangue dos bebês, os médicos poderão diagnosticar mais doenças, e sugerir tratamentos e acompanhamentos específicos.
“A versão ampliada detecta, por exemplo, a galactosemia, condição caracterizada pela incapacidade do organismo de metabolizar a galactose em glicose”, destacou.
O PL 5043/20, de autoria do deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT-MS), será agora enviado para aprovação do Senado.
O que é o teste do pezinho?
O teste do pezinho é um exame de sangue simplificado que detecta doenças graves de nascença, algumas fatais, antes mesmo do aparecimento dos sintomas. É o primeiro passo para o diagnóstico correto nos primeiros dias de vida dos bebês e possibilita o início de um tratamento imediato.
Teste aplicado atualmente no SUS
O teste aplicado no SUS atualmente detecta as seguintes doenças:
- Fenilcetonúria – provoca comprometimento do desenvolvimento neuronal;
- Hipotireoidismo congênito – alteração na tireoide que pode interferir no desenvolvimento e provocar retardo mental;
- Anemia falciforme – alteração nas células vermelhas do sangue que reduz a capacidade de transportar oxigênio;
- Hiperplasia adrenal congênita – provoca deficiência hormonal levando a crescimento excessivo, puberdade precoce ou outros problemas físicos;
- Fibrose cística – provoca produção excessiva de muco, comprometendo o sistema respiratório e afetando o pâncreas; e
- Deficiência de biotinidase – provoca a incapacidade de o organismo reciclar a biotina (vitamina B7), levando a convulsões, falta de coordenação motora e atraso no desenvolvimento.
Com informações da Agência Câmara de Notícias
Foto: Divulgação/Ales