Quando George Papanicolaou (1883-1962) chegou aos Estados Unidos, vindo da Grécia, já era um médico experiente que tinha trabalhado como cirurgião militar na primeira guerra dos Bálcãs (1912-1913).
No entanto, nem ele nem sua mulher, Andromachi Mavroyenis, sabiam falar inglês e tinham apenas cerca de US$ 250 consigo, “a quantia exigida para entrar no território americano”, como explica uma pesquisa da Associação Médica de Cingapura (AMC) sobre o homem que é homenageado neste 13 de maio pelo Google por causa do 136º aniversário de seu nascimento.
Andromachi cosia botões por US$ 5 semanais, enquanto Papanicolaou, após durar só um dia em um emprego de vendedor de tapetes, voltou a se dedicar à sua paixão: tocar violino, desta vez em restaurantes.
Ninguém imaginava que pouco tempo depois ambos trabalhariam juntos no desenvolvimento de um exame simples que revolucionou a medicina ao permitir detectar de forma precoce o câncer de colo do útero. A prática já ajudou a salvar milhões de mulheres.
O método ficou conhecido no Brasil como Papanicolaou ou Papanicolau, mas também é chamado popularmente de Pap.
Como surgiu o exame
Nascido em 13 de maio de 1883, na ilha de Eubea como Georgios Papanikolaou, ele se formou em Medicina com louvor aos 21 anos, depois de também ter estudado música e humanidades.
Um ano depois de ter chegado aos Estados Unidos, ainda sem trabalhar como médico, ele foi contratado pelo departamento de Anatomia da Universidade de Cornell, em Nova York, como pesquisador.
Mavroyenis, por sua vez, passou a trabalhar no mesmo local como técnica e, às vezes, alvo dos experimentos realizados ali.
“O sucesso científico da dupla ocorreu após recrutarem um grupo de amigas suas para participarem de um estudo que envolvia o exame de Papanicolaou”, diz o Google ao explicar a homenagem ao médico grego.
“No estudo, Papanicolaou detectou células malignas em uma das amostras, o que levou ao diagnóstico de câncer para uma amiga de sua mulher.”
Exame já salvou milhões de vidas
O teste permite detectar alterações anormais em células do colo uterino antes que o câncer se desenvolva.
Como explica a AMC, por ter um baixo custo, ser fácil de ser realizado e bastante efetivo, o Pap se tornou o “padrão de excelência na detecção do câncer cervical” em todo o mundo.
Um estudo de cientistas do Instituto Karolinska de Estocolmo, na Suécia, com 1,23 mil mulheres que foram acompanhadas por oito anos após o diagnóstico, ajuda a ilustrar sua importância.
