O Espírito Santo está há quatro meses em isolamento social e, por enquanto, sem previsão para sair. Até o momento, o Estado tem confirmado mais de 50 mil casos do novo coronavírus, e quanto mais o n´úmero de pessoas infectadas aumenta, maior a preocupação de flexibilizar a quarentena. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a reabertura total do comércio pode gerar uma nova onda de casos da doença.
Para que a flexibilização ocorra de forma segura, conforme a OMS, é necessário a testagem em massa da população, só assim é possível enfrentar a disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2), causador da covid-19. Contudo, a acessibilidade ao exame é um dos problemas enfrentados pelos estados brasileiros. No Espírito Santo, testes rápidos são aplicados para tentar mapear a situação das regiões em relação a covid-19.
Contudo, o Conselho Federal de Medicina (CFM) destaca que o teste rápido não é tão eficaz devido o alto índice de resultados "falso-negativos". O CFM explicou que para os resultados sejam seguros é necessário que existam registros da rastreabilidade dos exames, capacidade dos operadores, validação de reagentes, controle de qualidade e detalhamento de informações constantes em laudos. No Estado, exames sorológicos estão disponíveis em laboratórios particulares, mas os valores variam de R$ 250 a R$ 350.
A boa notícia, é que a partir deste mês de julho, os capixabas poderão ter acesso ao método indicado pelo CFM, por meio de dois testes sorológicos, feitos em um único exame, por um preço acessível, R$ 100. O teste realizado no Laboratório Tommasi, permite que o exame seja feito em pessoas assintomáticas, ou seja, aquelas que acham que já tiveram contato com o vírus, mas não desenvolveram sintomas, e também, quem acha que teve contato com o vírus e apresentou sinais leves da doença. Dessa forma, o exame permite identificar quem possui o anticorpo do coronavírus no organismo.
O diretor científico do Tommasi, Bruno Tommasi, explicou que o laboratório uniu-se a duas grandes empresas de diagnóstico do mundo, Abbott e Siemens, e criou o IgG Social, um Programa de Triagem Populacional em Busca da Imunidade Comunitária. A diferença deste teste sorológico para os testes rápidos, é que ele utiliza o protocolo do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC-US), que garante maior confiabilidade de resultados.
"Entendemos que precisávamos ajudar nesse momento, por isso criamos o IgG Social. Nesta primeira fase estamos disponibilizando 15 mil testes, o método de diagnóstico ofertado são os teste sorológicos, com confiabilidade de até 99,06%. Um exame muito seguro, por um valor acessível de 100 reais", afirmou Tommasi.
O farmacêutico do Tommasi, José Robson Venturim, ressaltou que o exame que estão disponibilizando faz uma comparação entre dois resultados. "Após abril e maio, as grandes empresas desenvolvedoras de diagnósticos começaram a desenvolver seus métodos baseados em detecção de antígenos e anticorpos com maior sensibilidade. O método que oferecemos é altamente confiável, o resultado é obtido por meio da análise dos exames sorológicos em sequência (testes ortogonais), de fabricantes distintos, e contra proteínas (antígenos) diferentes do vírus", explicou o farmacêutico.
A médica pneumologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Jéssica Polese, afirma que o teste sorológico é muito importante para o Estado controlar a situação. "A sorologia é um apoio para o inquérito epidemiológico. Por meio desses testes é possível mapear as áreas contaminadas, identificar quem já teve o vírus da covid-19".
O bancário Rodrigo Feitosa Carvalho, 43 anos, que é portador de fibrose cística, desde março trabalha via home office e sai apenas para ir ao supermercado e farmácia, evitando ao máximo o contato com pessoas desconhecidas. Contudo, há algum tempo tem o interesse de realizar o exame, pois mora com a irmã que trabalha em hospitais da Grande Vitória.
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